segunda-feira, 24 de maio de 2010

Projetos e mais projetos

Trilhas Aninha Franco
Governador, Caetano Veloso é totalmente bem informado e sabe de coisa que até Deus duvida. Da sua leitura de que o PT abandonou o Pelourinho porque sua revitalização foi carlista, eu só tenho dúvidas em relação ao todo, porque, veja bem, o Estado somos nós, nossa força, nossa voz e nossos impostos. Confundir Estado com governos que chegam de quatro em quatro anos para gerir o bem comum é patético. Mais constrangedor, ainda, seria penalizar esse ou aquele projeto materializado por outro político para minimizá-lo.

Quando um candidato vence as eleições, está obrigado a preservar o que foi construído de bom pelos gestores anteriores e a corrigir suas falhas. Foi eleito para proteger e ampliar o patrimônio comum, por isso é difícil acreditar que a gestão estadual do PT, por razões partidárias, molestou o Pelourinho, um projeto em que nós, o Estado baiano, investimos milhões de dólares. Assim sendo, o governo não usaria os viadutos da cidade, se moveria pela orla, nos ferryboats, abandonaria o Centro Administrativo e o Palácio de Ondina e se instalaria nos velhos palácios, alguns restaurados, com pés de aroeira de 70 mil reais trespassando o salão, mas pequenos para abrigar toda a máquina, ignoraria a modernização da máquina pública e inventaria outra, fecharia o Teatro Castro Alves, o Teatro Vila Velha, etc. Não. Não pode ser.

Por outro lado, o Pelourinho está em decadência crescente, e veem isso os que moram ou trabalham nele, como eu, ou os que o visitam. Há turistas reincidentes que choram. O Estado ouviu que o governo tem projetos para o Pelourinho. O projeto da Rocinha, de 2007, o projeto da revitalização, iniciado em 2008, o projeto da ponte ligando a Baixa dos Sapateiros à Rua das Laranjeiras, de 2009. Mas, Governador, turista não visita projeto, traficante não vende projeto, viciado não fuma projeto, artista não sobrevive de projeto, morador não mora em projeto, comerciante não vende projeto. Projeto é projeto, Governador, “plano de fazer em futuro próximo ou distante, (...) aquilo que se pretende realizar” (Caudas Aulete).
fonte: Muito

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