segunda-feira, 16 de maio de 2011

Entrevista: Ney Campello fala sobre negócios na Copa

A Copa de 2014 será uma excelente oportunidade para mostrar o país ao mundo. Porém, mais do que o torneio em si, o evento provocará o desenvolvimento das cidades-sede e seu entorno. Só na Bahia, estimam-se investimentos de R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura. Em entrevista exclusiva ao Gente&Mercado, o secretário Ney Campello, da Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa), fala sobre a importância do evento para os negócios baianos e a campanha para trazer a abertura da Copa para Salvador.

Quais os ganhos econômicos que Salvador terá por ser uma das sedes dos jogos da Copa?

R - A Copa é um evento indutor de investimentos públicos e privados que preparam a infraestrutura e condicionantes estipuladas pela Fifa, proporcionará uma elevação importante do fluxo de turistas, a geração de trabalho, emprego e renda, requalificação dos equipamentos públicos, incorporação de novas tecnologias e serviços, dentre outros. Estudos preliminares do Ministério do Esporte indicam que os investimentos podem chegar a R$ 183 bilhões, sendo que a maior parte, cerca de 73%, de impactos indiretos na economia nos próximos quatro anos, com incremento no PIB médio de 0,40% no ano da Copa. Projeta-se a geração de 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos, atração de 600 mil novos turistas durante o período dos jogos. Na Bahia, os números preliminares sinalizam investimentos em torno de R$ 5 bilhões, considerando os recursos envolvidos na construção da Arena Fonte Nova, novas vias de tráfego e sistemas de transporte, segurança, saúde, tecnologia e outros serviços. Isso poderá gerar algo em torno de 50 mil novos empregos.

Que tipos de negócio podem ser alavancados de olho nesse evento?

R - Os segmentos de maior demanda em investimentos são os da indústria da construção civil, máquinas e equipamentos, hotelaria, serviços e produtos turísticos, alimentos e bebidas, transporte, tecnologia de informação e comunicação, consumo em geral. É bom registrar que o Mundial de 2014 deve oferecer oportunidades não somente para as grandes empresas, mas também para o micro e o pequeno empresário, inclusive o empreendedor individual. O Sebrae está desenvolvendo pesquisas e estudos para identificação e apoio a esses setores da economia.

A Copa não se restringe apenas aos jogos, quais os eventos que acontecem em paralelo ou antes de iniciar propriamente o torneio?

R – Sem dúvida, a Copa atua como catalisadora de inúmeros eventos, tanto os relacionados com os jogos, especialmente os Fan Fests e Fan Parks, congressos e seminários internacionais que discutem a cadeia produtiva do esporte (arbitragem, medicina esportiva, gestão de arenas, segurança e gerenciamento de riscos, etc.). A Secopa participou das duas últimas edições do Soccerex, o maior evento de negócios do futebol com a chancela da Fifa, e firmou compromisso com os promotores do evento para realizar, em março de 2014, o Fórum Mundial Soccerex em Salvador. Pensamos em realizar em junho de 2014 a Expo Copa, integrando os festejos juninos com o evento e oportunizando a que todos os 416 municípios baianos se reúnam e apresentem os seus produtos e vocações para os turistas e seleções que nos visitarão.

O governo estadual, em parceria com o trade, iniciou uma campanha para atrair a abertura da Copa para Salvador. Que argumentos serão usados para garantir o evento?

R - A Bahia foi a primeira capital brasileira, berço da civilização nacional, será a mais perfeita transição entre a última Copa no continente africano para a cidade mais negra fora desse continente. Somos a cara do Brasil, da diversidade e multirracialidade brasileiras. Temos quase 1.200 km de costa (praia e sol), posicionados estrategicamente na costa do Atlântico em relação ao continente europeu. Temos a terceira maior rede hoteleira do país, considerados por pesquisa recente como o destino turístico mais desejado pelo turista doméstico, possuidores de uma beleza natural exuberante, temos cinco dos 60 destinos nacionais indutores de turismo aqui no Estado e uma seleção de ícones da sonoridade e musicalidade brasileiras, inigualável. Somos a terra de Caymmi, Gil, Bethânia, Caetano, Gal, Ivete, Brown, Gerônimo, Claudinha, Daniela, Margareth, dentre outros expoentes artísticos. Quem faria uma festa de abertura da Copa com maior brilho?

Fonte: Gente e Mercado

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