sexta-feira, 16 de abril de 2010

Educação – Segurança – Pontos Turísticos de Salvador – Destinos Turísticos da Bahia

Ultimamente alguns assuntos têm ocupado a ordem do dia: a segurança pública, as péssimas condições do Pelourinho, o abandono dos sete pontos mágicos, principais atrativos para os residentes em Salvador e para os nossos visitantes, enquadrando-se também os destinos turísticos da Bahia.

A experiência mundial atesta que a solução definitiva para esses males só será encontrada a partir do momento em que os dirigentes do País e de nosso estado e municípios fizerem da educação a primeira de todas as prioridades. O que se vê no particular são intervenções inconsistentes e meramente eleitoreiras, com as exceções que confirmam a regra, como o bem sucedido esforço que o Estado de São Paulo vem realizando para elevar o nível geral da educação, mediante medidas especificas, inclusive acréscimos salariais em função da melhoria do ensino, conforme medida pelo MEC.

Infelizmente, o aumento da popularidade de alguns dos governantes vem sendo obtido com obras de fachada e com frases de efeito para iludir os menos esclarecidos que são a maioria da população.

Na revista Veja edição 2121 de 15 de Julho de 2009, O Governador do Distrito Federal – José Roberto Arruda, dentre outros cita que o populismo tem aspectos positivos e negativos: “É positivo quando compreende o problema dos mais humildes. E é negativo quando escraviza os mais humildes da dependência de políticas públicas”. Foi perguntado ao Governandor em qual dos exemplos citados o Bolsa Família se enquadra e a resposta foi a seguinte: “Nos dois. O Bolsa Família atende e escraviza…”

O crescimento populacional desordenado da Região Metropolitana de Salvador, hoje girando em torno de três milhões de habitantes, a terceira do País, acarretando como conseqüência o aumento vertiginoso da criminalidade e da decomposição urbana, com índices intoleráveis de favelização, é a manifestação mais evidente desse festival de erros. Com esse conceito, estão também alguns municípios.

Atraídos e traídos pelas falsas expectativas de uma vida melhor, ondas crescentes de contingentes humanos deixam seus espaços rurais, onde não encontram meios para tocar a vida decentemente, e rumam em busca da cidade grande, a capital ou sede, onde se desajustam pela absoluta falta do mínimo preparo para competir.

Daí ao ingresso na marginalidade dista apenas um pequeno passo. Isso sem falar nas invasões e no comércio ambulante ilegal, estimulados pela omissão das autoridades, fato que compromete a qualidade do trânsito de pessoas e veículos nas artérias centrais da cidade, a exemplo da Av. Sete e do Pelourinho, em flagrante desrespeito ao comércio estabelecido que gera emprego e impostos. Enquanto isso, nem se escuta mais a velha promessa de transferir esses ambulantes para local adequado onde possam praticar com legitimidade o seu comércio.

A tantos problemas graves vem se somar a falta de sintonia entre o aparelho fiscalizador da Prefeitura e a Polícia Militar, nas ações dissuasórias de novas invasões e de novos ambulantes ilegais. Desgraçadamente, nossos homens públicos, com as devidas exceções, revelam-se mais interessados na próxima eleição do que no destino da próxima geração.

É imperativo reconhecer a responsabilidade de cada cidadão na perpetuação desse estado de coisas, na medida em que, sem critério, elege e reelege seus representantes.

Como elemento adicional de nossas preocupações, destacamos a morosidade dos órgãos ambientais na liberação de projetos sob seu exame e a escala de prioridade no mínimo discutível de setores do Ministério Público. Enquanto largas faixas de nosso litoral são poluídas por barracas transformadas em moradias que atentam contra a higiene e a estética, sem que seus ocupantes cumpram as determinações do Órgão de desocupá-las ou reformá-las, ficamos sem entender a guerra santa travada contra os pontos de apoio dos excelentes equipamentos residenciais e turísticos que se debruçam sobre o mar, sem prejuízo da paisagem, do meio ambiente nem dos direitos coletivos.

As dificuldades encontradas a exemplo da rede Hilton para construir um hotel cinco estrelas na Praça Cairu e outros embargos na capital e interior que poderão inviabilizar esse e outros empreendimentos. Recorde-se que é parte de nossos compromissos perante a FIFA, como condição para sediarmos jogos da Copa de 2014 que alguns empreendimentos terão de ser construídos, restaurados ou ampliados (Aeroporto, Estádio de Futebol, Metrô, Sistema Viário e tantos mais). Do jeito que as coisas vão, já há quem aposte em nossa exclusão do disputado privilégio de ser uma das sub-sedes da Copa de 2014.

Vivemos numa sociedade que premia os infratores e pune os que operam dentro da lei.

Se você partilha do entendimento de que urge mudar esse cenário desalentador, venha somar sua voz à nossa para a construção de uma sociedade à altura de nossas legítimas aspirações.

Nossa passividade está passando dos limites. Temos que fazer da educação a primeira de nossas prioridades e como citado pelo Joaci Goes em seu comentário no programa de Mário Kertész “a educação é o caminho mais curto entre a pobreza e a prosperidade, o atraso e o desenvolvimento, a modernidade e a barbárie”. Na sociedade do conhecimento, em que vivemos, é imperativo que pressionemos o poder público para o entendimento de que não haverá solução para nossos magnos problemas sem que tenhamos uma população educada. É fora de dúvida que sem educação não há solução.

Ernani Silveira Pettinati
Presidente – ABIH-BA

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